segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Grupo de dança afro Abanjá -

Grupo de dança afro Abanjá -

O Grupo de Dança Afro Abanjá nasceu em 1985 a partir do desejo de algumas pessoas que já faziam parte do Bloco AKOMABU de fortalecer a luta do movimento negro pela valorização e preservação da cultura, através da dança afro.
Seu parto, aconteceu no dia 16 de abril de 1985, após uma oficina de dança ministrada pelo professor Edson Katendê, nascido na Bahia e militante na época do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará-CEDENPA.
O nome ABANJÁ na língua Yorubá significa: "Na luta agora já!". E tem sido com o espírito de luta sempre que tem desenvolvido todo um trabalho no sentido de fortalecer o respeito a nossa cultura para construção da auto-esti-ma da população negra de nosso estado. Assim, o grupo desenvolve oficinas, seminários, debates e diversas apresentações artísticas com o objetivo de levar cada vez mais longe a missão do Centro de Cultura Negra do Maranhão.
Sua primeira apresentação aconteceu na Rua Paulo Frontim, no bairro do Monte Castelo, na tenda de Umbanda Luz e Vida de D. Mariazinha, onde recebeu as primeiras benças dos Orixás, Voduns e santos que guiam o grupo, tendo como padrinhos a saudosa Silvia Cantanhede e o professor Edson Katendê.
A dança afro sempre foi a expressão mais forte no grupo, embora trabalhe também com a dança popular, principalmente aquelas que têm a cultura negra como marca de expressão. E assim o grupo montou o espetáculo Bumba Crioulo, que fez sua primeira apresentação em Belém do Pará, em julho de 1987 na realização do VII Encontro de Negros do N/NE, organizado pelo CEDENPA e CCN-MA, resgatando através da dança, teatro e música as manifestações culturais maranhense que tem raiz africana, como Tambor de Crioula, a Dança do Coco, a Dança do Divino, o Bumba -Meu -Boi, o Tambor de Mina, a Dança do Cacuriá.
Os espetáculos de dança criados pelo grupo utilizam ritmos africanos como o Afoxé; Maculelê e o Afro Primitivo.
Ao longo dos seus 18 anos de existência o Abanjá faz parte da história de várias pessoas que sempre acreditaram que é possível combater o racismo. E essa mensagem foi levada pelo grupo a vários municípios do Maranhão a outros estados como: Pernambuco, Bahia e Santa Catarina, chegando a atravessar as fronteiras indo até a Guiana Francesa.
São muitos os responsáveis pela existência do grupo, mas queremos lembrar de forma especial Luiz Bandeira, um baiano arretado que veio com toda sua energia e axé, orientar o teatro e a dança no grupo.
A lembrança e homenagem especial a inesquecível mulher negra Silvia Cantanhede, que com seu carisma, alegria e energia contagiante foi responsável pelo parto, crescimento e fortalecimento do grupo. Hoje ao lado de Olorum continua a iluminar e guiar esse grupo, com toda sua energia.O Grupo de Dança Abanjá já tem seus primeiros frutos, que é o Grupo Mirim Abanjá, formado por filhos e filhas de militantes do C.C.N, resultado das oficinas de dança e formação iniciado por Carla Algarves, em 2001.
Parabéns a todos (as) que sempre fizeram o Grupo de Dança Afro Abanjá, que perceberam e acreditaram que a valorização e preservação da cultura é o principal instrumento para a construção da identidade racial de qualquer povo.

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